O verdadeiro “vírus chinês”

O “verdadeiro vírus Chinês” está nas empresas privadas americanas chamadas de “G-Máfia”: Google, Microsoft, Amazon, Facebook, IBM e Apple. O verdadeiro “vírus” Chinês está na visão anti-humanista de Xi Jinping que tem sobre controlo as quatro gigantes tecnológicas: Baidu, Alibaba, Tencent e Huawei.

Estas 10 grandes potências tecnológicas usam o algoritmo não para informar ou libertar, mas para influenciar, enviesar, castrar e punir, o nosso pensamento e conhecimento sobre o mundo. O artigo desta semana, é sobre o “verdadeiro vírus” que está afetar a nossa democracia e a tornar-se uma ameaça global anti-humanista.

O verdadeiro “vírus” chama-se Facebook, que claramente desempenha um papel fundamental à desinformação amplificando teorias de conspiração perigosas. Como já tinhamos visto no documentário Nada é Privado: O Escândalo da Cambridge Analytica o modelo de negócios do Facebook assenta na optimização e engagment a fim de vender publicidade direcionada. Após disseminar a teoria de “roubo eleitoral” e de criar a catástrofe com a invasão ao Capitólio a mesma rede social vem bloquear a conta de Trump alegando que “passou dos limites”. Incoerente não?

O mesmo acontece com um boom de publicidade da Huawei em Portugal. O story inofensivo da Raquel Strada vem revelar a nossa inocência no uso da tecnologia que ainda é vista como uma “oportunidade” e não como uma “ameaça”. Claramente o algoritmo e a influência digital desinformada está-se a virar contra nós. Acredito por isso, que a influência deverá ser cada vez mais informada e política.

Aquilo que víamos há uns anos como uma mais valia à comunicação entre pessoas, passou a ser uma ferramenta destruidora da nossa liberdade. Nos artigos “O fim da privacidade” e “Quero o meu algoritmo de volta” referi como as nossas escolhas são condicionadas pelas grandes empresas como Instagram ou Netflix. Mas o assunto começa a ficar mais sério quando os nossos dados são usados como “ferramenta de guerra”.

Tudo começou com o livro The Big Nine, da futurologa Amy Webb. Este livro fala sobre as 9 grandes potências tecnológicas do mundo. Bastaria ler o livro de Amy para entender o perigo político e económico destas empresas tecnológicas, mas, se relacionarmos isto com os acontecimentos políticos desta semana e o documentário “O Mundo Segundo Xi Jinping”, lançado pela RTP em 2018, entendemos que estamos perante um problema gigante no qual a União Europeia já não tem mão.

Temos três “vírus ativos” no mundo:

  • O “Vírus Chinês” — os nossos dados estão sob o domínio e controlo do governo chinês

  • O “Vírus Americano” — os nossos dados estão sob o domínio de empresas privadas americanas, sem qualquer regulamentação.

  • O “Vírus Europeu” — uma cegueira tecnológica sem igual.

“O VÍRUS CHINÊS” e a visão de Xi Jinping

Em 2012, Xi Jinping tornou-se Presidente da República Popular da China e iniciou a sua liderança do Partido Comunista Chinês. A estratégia de Xi Jinping é tornar a China até 2049 na primeira potência mundial económica e militar. A sua estratégia tornou-se mais clara, quando, em 2013, foi revelado o “Documento Nº 9”, que expõe os valores em que Xi Jinping acredita. Ele sintetiza 7 ideias ocidentais que considera serem perigosas para a China, entre elas:

  • A Democracia Liberal;

  • Os Valores Universais dos Direitos Humanos;

  • Liberdade de imprensa.

Segundo as suas palavras, “A China assumirá uma posição central no mundo e fará um contributo maior para a humanidade”. Xi Jinping desbloqueou mil milhões de dólares para construir linhas férreas, portos, vias marítimas em todo o mundo. Neste sentido, começou por “emprestar” dinheiro a outros países para um melhor desenvolvimento do mundo. No entanto, como seria de esperar, a maioria dos países não consegue pagar, por isso, Pequim tem proposto acordos de longo prazo, exercendo a exploração dessas atividades económicas. Um exemplo significativo de um país que cede uma parte da sua soberania sobre uma infraestrutura essencial foi o Sri Lanka, que para aliviar a dívida aceitou que Pequim assumisse o controlo das atividades portuárias do Sri Lanka durante 99 anos.

Podemos achar que isto é um problema do outro lado do mundo, mas não. Se recuarmos a 2018, percebemos que a China fez isto com Portugal, ao adquirir parte da EDP e outras empresas estratégicas. Segundo o artigo da Sábado “A China, os novos donos de Portugal”, “Desde a vaga de privatizações sob a troika que a China tem sido a cada ano o maior ou um dos maiores investidores na economia portuguesa. Portugal é o décimo no top 10 dos países onde a China mais investiu entre 2000 e 2017…. O Estado chinês comprou mais 2% da EDP (tem agora 28,25%), a Fosun comprou mais 2% do BCP (tem 27%) e que a Luz Saúde completou a compra do grupo de saúde Idealmed por 20 milhões de euros…. Há três motores de expansão chinesa em Portugal. O primeiro é o das grandes empresas já instaladas em Portugal ou de olho em sectores estratégicos escolhidos a dedo: energia, banca, águas, saúde e seguros.”

A China, até 2018, já tinha adquirido cerca de 10% dos portos europeus e infraestruturais estratégicas pelo mundo, com a chamada “Rota da Seda”. A Alemanha entendeu a gravidade dos investimentos, quando o governo chinês comprou a empresa de robótica alemã Kuka, em 2016. Foi aí que a União Europeia entendeu que a “Rota da Seda” tinha uma estratégia oculta, com o objetivo de “moldar o mundo” aos interesses chineses, em que não são respeitados os direitos humanos, a liberdade e a democracia.

Quando a UE decidiu defender as empresas estratégicas, foi surpreendida por António Costa, quando este revelou que Portugal, afundado em dívidas, já tinha pedido ajuda ao governo chinês, vendendo uma percentagem de algumas empresas estratégicas.

Esta investida afeta Portugal e vários países pelo mundo. O investimento progressivo chinês mostra que há um grande plano estratégico para o mundo disseminando a sua visão comunista global.


GAMIFICATION — A Vida como um Jogo

Quando soubemos que a China tinha atribuído um código QRCode aos cidadãos para controlar o coronavírus, o nosso sentimento foi de exultação pelo avanço tecnológico. No entanto, se observarmos com atenção, para além de um domínio geopolítico e económico, Xi Jinping vai mais além na sua ditadura subtil.

Xi Jinping definiu na sua estratégia liderança na área da ciência e da tecnologia. Para além da imprensa, a internet e as redes sociais são totalmente controladas pelo governo, como se fosse um grande “Big Brother”.

Segundo o documentário “Undercover Inside Chinas Digital Gulag”, recentemente lançado pela Odisseia, o governo chinês controla a vida da etnia Uiguri e monitoriza com regularidade os seus telemóveis. Os telemóveis têm tecnologia que permite identificar palavras estratégicas. Há pessoas que são presas por usarem determinadas palavras ou terem simplesmente a app whatsapp instalada no telemóvel.

Em pleno século XXI, é possível ver por satélite mais de 1200 campos de concentração, que supostamente são “Escolas de reinstrução”, onde estão presos mais de 1 milhão de Uiguris. Os Uiguris são considerados uma raça “menor” e por isso Xi Jinping no seu plano quer transformá-los em “bons cidadãos” chineses.

Para além da perseguição a este povo, a China criou um “crédito social”, registando todos os dados dos cidadãos e os Uiguris estão a ser usados como cobaias. Para além de câmaras na rua, ainda existem visitas do governo ao seio destas famílias e todas elas têm de usar um cartão para entrar na rua ou nas suas casas. O governo controla:

  • O ADN;

  • O Registo facial;

  • O Registo de voz;

  • As conversas telefónicas;

  • As mensagens escritas;

  • As Redes Sociais;

  • As Contas Bancárias;

  • As suas casas tem um código QRcode;

Isto não é Black Mirror! Hoje, em pleno séxulo XXI, ao cidadão são atribuídos 100 pontos e são-lhes retirados 10 pontos por cada resposta “errada” dada. Algumas perguntas são: “Costuma rezar?”, “Tem parentes no estrangeiro?”.

Tudo o que dizem ou fazem fica registado na plataforma de “segurança nacional”. Se for atribuída uma má nota, o cidadão é impedido de viajar, ou até de integrar uma determinada profissão, como polícia ou professor.


“O VÍRUS AMERICANO” chama-se capitalismo da vigilância

Se achamos que a China é uma ameaça, temos de olhar com atenção para a G-Máfia.

A inteligência das máquinas encontra-se limitada ao volume consumido, por isso a Google comprou o YouTube e o Facebook comprou o Instagram e o Whatsapp. O grande objetivo era garantir fluxos gigantescos de comportamento humano.

O problema é que a Google e o Facebook defeniram uma lógica de conquista e experiência humana baseado em modelos preditivos pensados para darem lucro.

Em menos de 20 anos o maior país do mundo tornou-se virtual com cerca de 7,7 mil milhões utilizadores, mas continua a ser regulado por regras terrestres. Os seus modelos são baseados em processos, técnicas e táticas (afinação, condução e condicionamento) automáticos, que moldam o comportamento individual, de grupo e por consequência de um povo.

É importante realçar que um país é um território regulado por leis que orientam e protegem a nossa vida em conjunto como sociedade, o nosso dinheiro e os direitos humanos. Os gigantes tecnológicos são donos de um território maior que o nosso país e a falta de regras tem se revelado um problema muito sério, porque como qualquer empresa procura ter lucro. 

Segundo o livro de Shoshana Zuboff “A Era do Capitalismo da Vigiância”, surgiu inicialmente para proteção da dita “guerra contra o terrorismo”. No entanto após o 11 de Setembro na ansia de respostas rápidas, a CIA juntou-se à Google para “prever” ataques, fazendo crescer a Google e o seu conhecimento tecnológico. Os mecanismos tecnológicos (não regulamentados) tornaram os nossos dados pessoais “imateriais”, onde nos é negado o acesso e o controlo, resultando hoje em meios complexos que promovem a modificação comportamental. Eles promovem:

  • O fim da nossa privacidade,

  • Ausência de transparência para nos influenciar com propaganda política,

  • O uso dos nossos dados pessoais indevidamente,

  • A propagação de discursos de ódio e de conteúdos violentos,

  • Condicionar a nossa liberdade individual e condicionar o nosso pensamento.

A G-Máfia defende que a regulamentação é um atentado ao desenvolvimento técnológico e ao progresso, criando artimanhas para fugir às regras da democracia. No entanto, como vimos esta semana e temos vindo assistir nos últimos anos, o capitalismo da vigilância está a empurrar o mundo virtual para a dinâmica do mundo real. A tecnologia anda mais rápido que a legislação permitindo criar um fosso. A G-Máfia condiciona o nosso pensamento livre e espírito crítico fundindo a nossa participação social nos seus interesses financeiros.

O algoritmo é o melhor amigo dos nossos dados pessoais . A internet veio transformar a nossa comunicação. A informação digital veio definir aquilo que sabemos ou não, influenciando a nossa vida. O nosso conhecimento sobre o mundo está a ser influenciado pelo nosso histórico. É influenciado:

  • pelas pesquisas que fazemos,

  • pelos likes, comentários ou guardados que fazemos,

  • pelas emoções que usamos (emojis),

  • pelo tempo que passamos em determinadas páginas,

  • pela localização que disponibilizamos,

  • pela pontuação que damos às coisas,

Quantas vezes somos impactados por publicidade de coisas que dissemos uns segundos antes? A tecnologia está cada vez mais avançada:

  • escutam o som ambiente através do microfone,

  • identificar palavras estratégica do microfone,

  • identificam as nossas expressões faciais.

Ao aceitarmos os termos e condições destas plataformas, estamos a permitir que tenham acesso à imagem, ao texto, ao microfone, à localização e até às nossas emoções, condicionando todas as nossas decisões.

Até os mais informados acabam por ser influenciados, porque qualquer decisão que tomamos, seja para comprar uma camisola, para escolher um hotel ou até recrutar alguém usamos a internet. Aquilo que descobrimos ou que nos é apresentado na internet permite “avaliar” e tirar uma ilação com base nestas informações ou conexões.

O mesmo acontece quando queremos votar em alguém. Como cidadãos temos o direito de decidir quem queremos que governe o nosso país e participar nas decisões em sociedade. O problema é que o algoritmo está a ser usado, não para informar mas para desinformar e manipular a nossa opinião. Isto começou com o Trump nas eleições presidenciais nos EUA e no Brexit em UK. No entanto, como já vimos há outros países em que essa liberdade já não existe.


“O VÍRUS EUROPEU” e a sua cegueira tecnológica

Claramente fragilizada, a União Europeia só em 2020 é que se posiciona contra os chamados GAFA: Google, Amazon, Facebook e Apple, decidindo regulamentar estas plataformas e só no final de Dezembro de 2020 é que a Alemanha e o Reino Unido decidiram criar um obstáculo à Huawei, excluindo grupos chineses da rede 5G por motivos de “segurança nacional”. Mas basicamente, estas duas grandes potências (China e USA) podem fazer o que quiserem com os nossos dados.

Uma seguidora partilhou estes dois Relatórios da Comissão Europeia:

É interessante pensar que a EMOÇÃO acaba por se sobrepor à RAZÃO. E a divulgação de fake news está a enviesar o nosso pensamento crítico. Prova disso, é que esta semana, uma jornalista da RTP referiu-se ao líder Xi Jinping como "potência extraordinária". Arrepiei-me com estas palavras! Porque este brilhantismo aos olhos dos outros é de uma cegueira atroz. Durante muitos anos, a Europa olhou para a China como uma “oportunidade”, criando uma dependência financeira sem igual, que acabou por resultar numa imposição política. Hoje a Europa e os USA já conseguem ver que estão perante um grande plano estratégico que coloca em causa a democracia.

A história prova que o comunismo sempre asfixiou o progresso, mas, com a liderança de Xi Jinping, temos uma governação Comuno-Capitalista. De uma economia rural e de exportador de baixo custo, a China está-se a tornar numa superpotência tecnológica capaz de moldar o pensamento no mundo. O controlo do algoritmo é uma das maiores armas contra o ser humano e a democracia. Neste momento, o governo já tem dados suficientes para criar modelos preditivos com inteligência artificial e conquistar o mundo tecnologicamente.

A falta de regulamentação permite que a tecnologia hoje controle e condicione o comportamento humano sendo quase impossível fugir a esta teia audaz e implacável. 

A China por sua vez com base nas técnicas de “gamification” modificam o comportamento humano através de um sistema complexo de “recompensa” ou “controlo” reestruturando a personalidade mediante técnicas artificiais que invadem a nossa privacidade e liberdade individual. 

Seja pela ideologia comunista ou liberal, o controlo social e comportamental já começou e já nos está a alterar como indivíduos livres, colocando em causa a nossa democracia. Mas se pensarmos bem, não é muito diferente dos USA.

O problema é que se, no início, esta ferramenta nos pareceu inofensiva e lúdica, hoje o algoritmo escolhe e controla o que vemos e influencia a maneira como percecionamos o mundo. É fácil entendermos esta manipulação, quando pensamos no YouTube e nos seus vídeos sugeridos. Ele sugere vídeos segundo as nossas características de pesquisa e perfil; o mesmo acontece com o Instagram ou com a Netflix - a forma como nos apresentam as imagens e o conteúdo com base no histórico do nosso perfil, tudo é manipulação.

Quando vejo a Raquel Strada ou outras figuras públicas a promover a Huawei, tenho medo. Porque os contornos desta #PUB vão muito além de uma mera tecnologia. Ou seja, não é algo que esteja distante de nós. É-nos próximo. Está acontecer agora!

A realidade é que a Huawei pertence ao governo chinês e as ferramentas que usamos diariamente pertencem a empresas privadas. Digamos que a China ou a G-Máfia sabem mais sobre nós do que a Europa e o Governo Português.

O assustador é entender que a China tornou-se um “fornecedor” tecnológico, de ideias anti-humanistas, tirando partido da sua fraqueza humana, moldando o comportamento dos cidadãos, moldando o seu pensamento. Por isso, a influência tem ser cada vez mais política e altamente informada!

A Huawei 5G está pronta para ser instalada em várias partes do mundo. Mas os EUA, o Reino Unido e a Alemanha olham para esta infraestrutura como um atentado à liberdade e, por consequência, à democracia. A tecnologia da informação transformou-se em “lixo hipnótico” entregando através do algoritmo conteúdos controlados pela máquina e precisamos de mais descentralização.


A “VACINA”

A “Big Data” tornou-se o ouro do século XXI. Os dados são o maior bem público do governo chinês e dos monopólios das empresas privadas dos USA. Por isso tem de existir regulamentação com a máxima urgência e mesmo assim já vamos tarde.

Segundo o livro de Paul Mason “Um Futuro Livre e Radioso”, a única forma de nos protegermos é:

  • Rejeitar o pensamento de Xi Jinping e as suas ideias anti-humanistas e antidemocráticas.

  • Libertar o algoritmo do capitalismo, combatendo monopólios como o Facebook, Google ou Amazon.

Devemos, sim, exigir uma legislação para os nossos dados privados com a máxima urgência e promover modelos económicos orientados para a propriedade coletiva e não para o mercado capitalista. Segundo Paul, deveríamos:

  • Ilegalizar todos os modelos de negócio baseados no acesso assimétrico à informação.

  • Ter o direito de saber e de ver o que qualquer estado e banco ou qualquer plataforma social comercial sabem a meu respeito.

  • Ter o direito de apagar a informação, corrigi-la e limitar o seu uso.

  • Ter o direito de saber se um algoritmo está a ser usado para controlar, monitorizar ou predizer o meu comportamento.

Segundo Shoshana Zuboff, o verdadeiro vírus está no ataque à consciência “derrubando a nossa capacidade de regular os pensamentos, emoções e desejos”. A democracia e a consciência humana são uma ameaça às “receitas” da vigilância, é por isso urgente alimentar o espírito crítico, os valores humanistas e garantir a nossa liberdade de pensamento. 

Incoerência foi o que vimos esta semana na rede social Facebook, mas não é a única. A Apple em setembro de 2020 lançou a campanha “Privacy, That 's iPhone” . Depois de anos a usar a nossa informação, a Apple alega que o novo iPhone foi desenhado para “ajudar a proteger a nossa privacidade”, promovendo uma campanha de consciencialização junto dos consumidores.

Estaremos perante uma nova estratégia de marketing ou será um sinal de uma nova ética tecnológica?

Joana

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