A morte da moda.

Hoje fui falar sobre NOVA MODA, na apresentação de um projeto liderado por mulheres. Não sei o que se passa, mas acho que já estamos a mudar o mundo. A forma como pensamos a moda, como a desenhamos, como a produzimos, como a comunicamos e até como a vendemos já não faz sentido. Por isso, não posso falar sobre Nova Moda, sem referir que a moda como sempre a conhecemos morreu. Lamento!

“Sinto muito. Amazónia.” publiquei dia 20 de Agosto. É verdade, chegamos a um momento de ruptura. Foi preciso o fumo invadir São Paulo para os que estão atrás da secretárias olharem para o problema com outros olhos. Mas digo-vos uma coisa, o problema não é deles. É nosso! Esqueçam o ME é WE! Nesta passagem entre a Revolução Industrial e a Revolução Digital (a Alemanha quer ser dona da 4ª revolução), temos visto a moda em MANIFESTO, lembram-se desse artigo? Mas já não chega MANIFESTAR, temos de CAUSAR! Porque a sustentabilidade do planeta e da nossa vida, não é uma tendência, é uma inevitabilidade.

Nesta Sociedade do Cansaço (vale apena ler o livro), vejo a Zara a vender o “The Oca Project” com algodão orgânico e a dar nome e rosto aos trabalhadores. What? Esta hipócrita transparência está-me a matar. Eu avisei que íamos ser invadidos por #GREENWASHING. Já repeti isto inúmeras vezes, “reduzir a sustentabilidade à matéria prima é insuficiente.”

Já a H&M está com 4 biliões de stock e está seriamente a ponderar alugar as suas roupas. Oh yeh! o aluguer veio porque há demasiada produção. Lamento informar, mas não chega “miga”. Pois no meio de todas estas iniciativas, estas marcas continuam a desrespeitar o fornecedor e a esmagar preço, ao ponto de tornar insustentável a existência destas empresas, das pessoas e da vida! Qual é o sentido de tudo isto?

O futuro das marcas não é a quantidade, mas a relevância da sua proposta. Por tudo isto faz-me confusão ver empresas, como a Farfetch promoverem o fast-luxury. Como assim? Parece que estão desconectados com o nosso mundo. A Palavra “FAST” saiu do dicionário! É SLOW a palavra de ordem. As marcas têm de produzir MENOS e nós consumidores temos de consumir MENOS. “A maior sustentabilidade é não consumir.!!!! “

Para mim as marcas do futuro são marcas de serviços! Vejamos o caso da COS que está a implementar o “restored”, não é bem novidade porque a Patagónia já o fazia. A Stella Mccartney já está a promover o incentivo ao consumo de produtos em segunda mão e depois temos marcas a desenhar roupas para promovem a longevidade do produto e a prolongarem os cuidados da roupa em casa. Lembram-se ter referido que o maior impacto está nos cuidados da peça em casa?

Já para não falar das marcas que estão a reverter o seu lucro para causas sociais. Conhecem o Drip by Drip? A Tintex produz malhas com menos consumo de água e contribui com 10% do que é vendido para uma ONG para instalação de tratamentos de água no Bangladesh.

As marcas do Futuro são marcas com propósito, são marcas que promovem a VIDA. Que prolongam no tempo a vida das peças e olham para os resíduos como Matéria. Porque Matéria Prima não é Lixo.

Por isso pergunto-vos: De que forma a vossa marca está a criar valor à vida das pessoas?

Quem quiser aprofundar mais, irei abrir brevemente um Laboratório de Imersão à Nova Moda. Já te podes inscrever.

Joana

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