Sustainability is not a trend.
Desafio-vos a fazer um exercício! Dirijam-se a uma loja Zara e perguntem a um shop assistant o que é o Join Life? Dúvido que ele vos saiba dizer. Já na H&M se quiserem “let's close the loop” são obrigados a entregar a roupa em sacos de plástico. Consistente? Não!
Quando o tema é novo, a informação é difusa. Desde a indústria têxtil à alimentação é um tema tão transversal que muitas vezes sentimo-nos encurralados. Querem um contexto ? A Joana Barrios explica aqui: Armário. No entanto é também importante conhecerem o conceito de Economia Circular. Conheci este conceito há três anos numa empresa têxtil. Em reunião com o departamento de inovação era urgente o desenvolvimento de um projeto que transforma os restos de tecidos em fio reciclado para o desenvolvimento de novas peças têxteis. Resumidamente a economia circular é um conceito económico, que propõe usar os resíduos da indústria para desenvolver novos produtos, fazendo um maior reaproveitamento dos materiais no ciclo produtivo. A visionária Stella McCartney, sempre teve como bandeira a sustentabilidade, incorporando uma visão global de respeito à natureza, às pessoas e aos animais. Uma visão que fez quebrar a sua sociedade com o grupo Kering.
Para a construção de uma marca de moda sustentável deveremos dominar várias áreas:
1- Ter um produto Rastreado. Isto é, garantir que o produto é desenvolvido de forma transparente, desde a colheita do algodão, à transformação, até à compra da camisola em loja. Neste processo impõe-se a pergunta: Como é que garantimos que estamos a comprar de forma segura e responsável ? São as certificações e o conhecimento da área que validam cada um dos passos. O Citeve pode ajudar!
Alguns certificados importantes:
Certificação GOTS (artigo 90% orgânico / biológico)
Certificação OCS (artigo misturado, biológico com outras fibras)
Certificação GRS (artigo reciclado)
Certificado OEKO-TEX
2 - Ser Transparente. A sustentabilidade não está só presente na composição do produto está também no sistema. A Filippa K é um dos melhores exemplos, disponibilizando informação “Who Made It” identificando de forma transparente a sua cadeia de fornecedores.
3- Ser Consistente, desde a concepção do produto, até à forma como irá vender e distribuir. “Pensar o Futuro de Forma Circular” exige às marcas uma nova forma de pensar e de agir. Por isso impõe-se:
Ter um produto mais durável e de valor acrescentado.
Expedir o produto de forma mais sustentável, conhecem o repack?
Ser transparente na cadeia de valor.
Proteger o rastreamento do produto para voltar a entrar no sistema, através de novas formas de controlo. Nomeadamente a impressão da etiqueta e processos de lavagem, tendo uma pegada menor no planeta.
A marca Eileen Fisher é um boa a referência convidando o cliente a devolver a roupa no fim do ciclo.
4- Ser Honesto. Posicionar a marca corretamente é fundamental e sermos verdadeiros é meio caminho! Não temos de ser educativos, nem moralistas, temos é de ser verdadeiros na mensagem e nas ações.
Se a “ideia” de sustentabilidade promove “a redução do consumo” parece um grande contra-senso as marcas promoverem peças “tendência”, por isso temos visto um crescimento de marcas com um look intemporal, mais duráveis e de valor acrescentado. LA está a explodir!
Nesta matéria a Reformation é a melhor.
“Being naked is the #1 most sustainable option, We are#2!“
Para além de um posicionamento claro, é educativa com um tom leve e cool. Disponibiliza muita informação ao cliente sobre a pegada ecológica, sendo consistente no discurso e na comunicação, fornecendo coleções de edição limitada.
Nesta área não podemos deixar de falar sobre a Everlane, uma das maiores referências internacionais, com o projeto “choose what you pay”, convidando o cliente a pagar o que considera justo. Esta ação veio a confirmar que o consumidor no final acaba por pagar acima do valor pela valorização que dá à peça e ao processo.
Uma das marcas mais sustentáveis do nosso portfólio Fashion Makers é a Tintex Textiles, sabe mais aqui!
Joana