O algodão do futuro
Dois terços do impacto de um produto depende das suas matérias-primas. De acordo com o relatório do Textile Exchange o algodão representou pouco menos de 1/4 (22%) de toda a produção global de fibra em 2021 e o algodão de fibra extralonga representou apenas 3%. A sua produção ocorre em cerca de 70 países em todo o mundo. Os consumidores e marcas olham para o algodão como uma mais valia, sem entender o seu verdadeiro impacto.
De onde vem o algodão?
Globalmente a indústria de vestuário gera 1,3 mil milhões de dólares e emprega mais de 300 milhões de pessoas ao longo da cadeia de valor. A produção de algodão corresponde a quase 7% de todo o emprego. O Algodão que chega à Europa vem da:
Índia - o maior produtor mundial, produz 6200 000 toneladas, o equivalente a 1/4 do total colhido no planeta.
China 20% da produção mundial
Estados Unidos 17%
Paquistão 7,5%
Brasil 6,2%
Algodão Convencional
A produção de algodão convencional usa química intensiva. Os pesticidas usados contaminam o solo, bem como as águas que se espalham pelas plantações próximas. Com o super-consumo, é necessário aumentar a produção (não respeitando o ciclo natural), para isso é necessário usar fertilizantes sintéticos, contaminando a água, trazendo emissões significativas de gases de efeito estufa, criando um impacto negativo para as comunidades locais e para os ecossistemas naturais.
O que é o Algodão BCI?
O Better Cotton Initiative (BCI) não é uma certificação, é uma iniciativa mundial de várias entidades como Adidas, Gap e H&M para promover a sustentabilidade do algodão. A missão é ajudar as comunidades algodoeiras a sobreviver e prosperar, protegendo e restaurando o meio ambiente. O objetivo é promover melhorias contínuas para o meio ambiente e para as comunidades agrícolas. No entanto, promover não significa controlar ou impor, logo o Algodão BCI deve ser visto como algodão convencional.
Que tipos de algodão existem?
Algodão Orgânico
O Algodão Orgânico é produzido com base nos princípios da agricultura orgânica, que tende a ser melhor que o algodão convencional, pois no cultivo ocorre sem produtos químicos sintéticos ou sementes transgênicas, a biodiversidade do solo é conservada, promove comunidades rurais mais saudáveis, em contrapartida o uso da água é 5x superior ao algodão convencional. Reduz a contaminação da água e uso de pesticidas; melhora a biodiversidade do solo; protege as condições trabalho e garante a rastreabilidade. Certficação: GOTS (Global organic textile standard)
Algodão Regenerativo
O cultivo de algodão regenerativo respeita o ciclo natural da natureza. Usa um conjunto holístico de práticas para melhorar a qualidade do solo e da natureza ao seu redor. Está enraizado numa abordagem tradicional e indígena, onde práticas mais saudáveis, como cultivo sem profundidade, plantio perene e de cobertura, gestão integrada de pragas e compostagem são priorizados em relação a um rendimento de curto prazo.
Ao priorizar essas práticas, o solo e a água fornecem uma solução agrícola mais saudável e de longo prazo e uma área de terra que pode retirar carbono de nossa atmosfera.
Algodão Reciclado
Reduz a extração de recursos naturais, favorecendo a conservação do meio ambiente através da redução do consumo de água e energia associado à obtenção de matérias-primas.
O Algodão orgânico, regenerativo e reciclado são os mais sustentáveis. Privilegiar estes tipos de algodão significa que todas as práticas agrícolas utilizadas para a sua produção trazem impactos positivos mensuráveis para a saúde do solo, água e biodiversidade. Mas há mais!
Algodão Hidroponia
Segundo o Jornal Têxtil a hidroponia é capaz de gerar algodão mais sustentável. Proveniente de estufas verticais consegue produzir uma fibra de algodão extralonga:
Poupa 90% de água em comparação com o cultivo em solo
Reduz o uso de fertilizantes em 75%
Não usam pesticidas
Este sistema pode ser instalado em qualquer lugar, próximo da indústria têxtil, podendo contribuir para reduzir o custo de transporte e pegada carbónica. (Fonte: @hongkongrita)
Boas Vendas
Joana