Está na hora de MEDIR!

A lei RAP (Responsabilidade Alargada do Produtor) entrará em vigor em 2025. Nesse sentido a Comissão Europeia está a desenvolver uma proposta legislativa para alterar o impacto dos Resíduos Têxteis, um dos setores mais intensivos em recursos. Definir metas é desafiador devido à falta de dados sobre a geração de resíduos têxteis, mas também sobre o processo de recolha, classificação e exportação. A Ultriplo atualmente conta os 3 mil contentores de depósito de roupa espalhados por todos os distritos de Portugal. Por isso decidi verificar como funciona o sistema de recolha, triagem, reutilização, reciclagem e aterro desta empresa.


Segundo a Grande Reportagem da SIC “Roupa dos Brancos Mortos” esta entidade é uma das maiores exportadoras de roupa em segunda mão em Portugal e há vários pontos críticos neste sistema.

O que me chama atenção é a chamada “reutilização”. Segundo a reportagem da SIC “três milhões de t-shirts por ano e tem na Gâmbia, o Senegal e Camarões os seus principais mercados de exportação… Cerca de 70% da roupa que doamos para caridade e depositamos nos contentores acaba em África. ”

No dados disponibilizados pela empresa, a reciclagem corresponde a 35% e o aterro é apenas 5%.

Atualmente, apenas 20-30% dos têxteis de pós-consumo são recolhidos para reutilização ou reciclagem e prova disso são os dados de 2021 da Textile Exchange.

Segundo a UE, o objetivo desta proposta lei é melhorar a gestão de resíduos têxteis de acordo com os princípios da economia circular estabelecidos na Estratégia Têxtil da UE.

A implementação do RAP responsabilidade alargada do produtor têxtil considera: 

  • A Recolha do resíduo

  • A Classificação do resíduo

  • A Reciclagem do resíduo

Esta lei pretende ainda:

  • Implementar um regulamento de ECODESIGN para Produtos Sustentáveis, de forma a garantir que estão preparados para voltar a entrar no circuito e diminuir a gestão de resíduo.

  • Definir metas de desempenho de resíduos *

  • Implementar medidas para recolher dados sobre os têxteis.

*Quem gere resíduo têxtil corretamente consegue facilmente quantificar em kg (entregue ao operador do resíduo), mas infelizmente ainda há muitas empresas a agir de forma ilegal, colocando os resíduos industriais, nos circuitos domésticos.

Medir tem um poder brutal! Traz maior consciência à cadeia de valor moda sobre o seu impacto e ajuda a definir metas para um futuro mais promissor!

Fica aqui a pergunta chave: Quantos kg de resíduo geraste esta estação?

Bom trabalho,

Joana

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