É urgente entreter!

Num mundo virado do avesso, assistimos à tempestade perfeita: pós-pandemia, escassez de matérias-primas, falta de mão de obra, guerra, crise energética e crise migratória.

As marcas vão ter de se adaptar a esta nova realidade que exige flexibilidade e, acima de tudo, criatividade. Por isso, hoje falo-vos da urgência de entreter o coração 🥰.

Sem desconsiderar nenhum dos desafios sociais, políticos, de saúde e económicos, temos de ser positivos e não bloquear.

Neste caos, como consumidores, procuramos acima de tudo ser “distraídos”. Mas quando falo em “fugir” da realidade, não falo em promover a violência (como o murro do Will Smith a Chris Rock que viralizou), mas sim “aquecer” os corações.

Como marca, eu sei que tem sido difícil vender, mas, como consumidora é preciso terem noção que estamos cansados de ver produto, produto, produto,…

O último mês foi particular, as vendas caíram a pique com o começar da guerra, trazendo muita incerteza para as marcas e para o consumidor. Senti um certo déjà vu da pandemia.

Recordo-me que em plena pandemia vimos as vendas suspensas e as marca começaram adoptar uma estratégia de comunicação mais focada em entretenimento.

  • As marcas de culinária optaram por workshops de cozinha;

  • As marcas de desporto, optaram por treinos live;

  • As marcas de criança, optaram por partilhar desenhos para ilustrar;

  • As marcas de vestuário acabaram por fazer transmissão ao vivo exibindo formas de vestir.

Lembram-se? Literalmente vimos as narrativas das marcas a mudarem para um conteúdo menos focado em venda e mais focado numa lógica educativa ou de entretenimento.

E em época de guerra estará o consumir disponível para comprar? Parece-me que chega a ser insultuoso pensar em consumir!

Perguntei à minha plateia como estava o seu consumo e a maioria respondeu: “moderado ou apenas o essencial”.

O medo está presente, e não é apenas um unificador global – tornou-se também um unificador demográfico. O medo do desconhecido inibe as pessoas de comprar.

Como marca, devemos agir, porque temos um papel social. As redes sociais são uma ferramenta SOCIAL. A moeda de troca mais valiosa chama-se: conteúdo. E o tempo que gastamos nas redes sociais é OURO.

É urgente sair deste mood negativo. Com o instagram temos o poder de partilhar histórias, notícias e informações que contêm informações úteis. Por exemplo:

Conteúdo humanista

Vimos no último mês, imensos movimentos de apoio à Ucrânia, as marcas partilharam (por motivos altruístas) iniciativas como a venda de produtos ou angariação de produtos de apoio à Ucrânia, criando uma grande onda de solidariedade e participação.

Conteúdo Educativo

A criação de conteúdos práticos (como posts sobre bens essenciais a doar, entre outros…) também promovem um grande valor de troca social, gerando reciprocidade.

As pessoas tendem a discutir as suas experiências emocionais com os outros. Por isso, como marca, é fundamental mais do que pensar de forma estratégica, pensar de forma emocional e verdadeira.

“Qual é o sentimento que estou a provocar nas pessoas?”

O que fica na memória do nosso consumidor são os sentimentos provocados. As marcas devem partilhar conteúdo emocional, de forma a dar sentido às suas experiências, aprofundando as conexões sociais. Exemplo disso é a marca portuguesa Xadrez às Riscas.

Conteúdo de Entretenimento

A marca Xadrez às Riscas, vai lançar uma loja física e, na construção da sua nova loja, tem tido a capacidade de criar um género de “novela”, em que diariamente partilha episódios dessa mesma construção.

Apesar de ser uma marca de acessórios para criança, a marca tem focado o seu conteúdo, nos desafios da construção (com todos os riscos que isso pressupõe). Há sempre vulnerabilidade em qualquer conquista e isso também atrai a plateia. Porque sentem mais verdade. Os aspectos emocionais do conteúdo afetam a plateia quando é partilhado, porque sentem que fazem parte daquela conquista.

Um outro aspeto deste tipo de conteúdo é poder trazer participação ativa da plateia, que poderá ajudar na construção da narrativa.

Converte seguidores em clientes

As redes sociais oferecem uma oportunidades infinita para as marcas converterem os seus seguidores em clientes fiéis.

  • Faz reels com a música do momento e fortalece a tua narrativa. O tom da música é o equivalente aos emojis, reforça o significado.

  • Usa e abusa dos Stories. Eles contribuem significativamente para a criação de fidelidade à marca.

  • Perpetua no teu feed conteúdo que fortalece o teu propósito e a imagem de marca.

  • As pessoas estão cansadas de vendas agressivas, portanto, mais importante do que nunca é adaptar as mensagens às suas necessidades e interesses. E uma maneira simples de fazer isso é perguntar à plateia simplesmente o que desejam. A opinião deles é lei.

Usa e abusa dos inquéritos para aumentar a conexão com o teu público, questionar pode ajudar a criar e a melhorar os produtos, ao mesmo tempo que faz com que teu público se senta diretamente mais conectado com o negócio.

Mais do que medir LIKES, hoje temos de medir conexões. Qual é o emoji, mais usado pelo teu seguidor? Talvez esse seja o sentimento mais presente da plateia.

Como seres humanos, procuramos mais humanização… e necessitamos de alguma forma, voltarmos a sentimentos bons e inspiradores. O conteúdo de entretenimento é uma necessidade vital nos dias de hoje.

A pergunta que se impõe: “O meu conteúdo de marca está-te a permitir relaxar? Distrair? Sentir feliz?”

Bons Conteúdos,

Joana

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