Consumo em queda e novas oportunidades

Segundo o último relatório do The State of Fashion 2025 lançado pelo BOF e McKinsey, os consumidores estão a gastar menos e a fazer compras mais inteligentes. A percepção da segunda mão entre os consumidores é o que obtêm maior valor.

Os consumidores de moda estão sobrecarregados com opções, o que impacta negativamente nas suas taxas de engagement e conversão com as marcas. 75% dos clientes dizem abandonar as compras online devido à variedade da escolha e 80% afirma estar insatisfeito com a pesquisa. No entanto, a pesquisa on-line continua a ser o principal modo de descoberta dos produtos, mesmo que a compra aconteça fisicamente.

Menos dinheiro na carteira e menos vontade de comprar. O que resta para as marcas? No artigo de hoje dou-te três dicas para atuar já.

Descobre o teu Carry Over!

As marcas mais fortes têm um produto ICÓNICO que as tornam reconheciveis em qualquer parte do mundo. 

Pensa na Levi's 501, na Birkin da Hermès ou a icónica mala da Jacquemus — “Chiquito”.  Os ÍCONES, estão sempre em stock, pois são os clássicos que tornam a marca reconhecível e inspiracional.  Se és uma marca e não sabes onde apostar, analisa as tuas vendas e faz reedições dos teus arquivos mais importantes. Explora as sequências de produtos, edições especiais ou colaborações cápsulas, apostando em novos materiais. 

Relembro que a construção da linguagem de uma marca de moda deveremos considerar 5 elementos chave:

  1. Branding — a dimensão visual, escrita, gráfica, auditiva e olfativa da marca.

  2. Matéria — a dimensão táctil da marca, através das suas texturas e padrões

  3. Cor — a paleta da marca, espelhada através da cor principal, secundária e tendência.

  4. Silhueta — a forma que define a ‘shape’ da marca.

  5. Imagem — A dimensão imagética da marca, através das campanha e editoriais.

Aposta na segunda mão.

A Jornada de compra mudou! O Relatório “The State of Fashion 2025” revelou a adesão do consumidor na busca valor. “Valor” pode assumir diferentes significados , ou seja, para alguns pode significar comprar produto usado ou comprar em promoção. O que significa que o cliente quer comprar “melhor” com um valor mais competitivo. Mais de 80% dos compradores planeiam gastar o mesmo ou menos em roupas em 2025.

O que procura o consumidor atual?

  • 75% tende a privilegiar a compra em OUTLET

  • 61% compra e vende produtos em sites de revenda — VINTED

  • 54% tende a comprar uma versão mais barata — SALDOS


Marcas Portuguesas que já apostaram na segunda mão:

Como já referi várias vezes, a minha jornada de compra nos últimos anos tem começado em lojas de segunda mão. Relembro algumas vantagens da 2ª mão:

  • Preço baixo — mediante a peça, o preço pode andar entre os 70% a 50% de desconto em relação a um produto novo.

  • Bom Negócio - traz a sensação de compra inteligente, pois temos acesso a produtos muito bons e mais baratos.

  • Novidade — acesso a produtos únicos e exclusivos, que nos torna mais especiais.

  • Menor sentimento de culpa — se é circular faz “menos mal”.

Os “programas de revenda” das marcas impulsionam a fidelização do cliente. Não só porque podem comprar mais barato, como podem “ganhar” dinheiro ou crédito com a venda dos seus produtos.

Relembro este artigo: ”10 dicas para vender em segunda mão”.

A Geração 65+. O novo novo.

Resgatando um artigo bem antigo escrito por mim em 2019 — “o fim do fim”, relembro que o mercado já não tem idade.

A idade é um número imposto pela sociedade, que nos limita na ação. Sabiam que Lyn Slater do Accidental Icon apesar de ter mais de 65 anos, o publico do seu blog tem entre os 25 e os 35 anos? A medicina veio confirmar a tendência. Em 2030 prevê-se que população mundial viverá em áreas urbanas e 995 milhões terão 65 anos ou mais. O que estão as marcas a fazer por estas pessoas?

Para meu espanto, relatório do BOF de 2024 refere a esta geração como geração “prata”, a geração 65+. Uma geração com poder de compra e cheia de vida. O relatório recomenda que as marcas se afastem dos segmentos de clientes definidos por idade. Aproveitando os dados para identificar os valores e preferências que unem os clientes em todas as faixas etárias e use isso para informar a estratégia de marketing e as comunicações.

Boas Vendas,

Joana






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