Branding Pessoal
A nossa marca pessoal é aquilo que os outros percepcionam sobre nós, por isso, para criarmos uma marca pessoal primeiramente é necessário (re)conhecermo-nos como marca. Quais são os valores que te guiam? O que é que te move?
Parecem clichés, mas a verdade é que os valores intrínsecos à nossa marca vão reflectir direta e indiretamente nas decisões que tomámos. Eles reflectem a forma como nos relacionamos com os outros, eles projetam no nosso universo visual, escrito,... Lembram-se do jogo do instagram: O que é que esta caneta diz sobre mim?
Pois bem, o exercício da caneta pode parecer ridículo, mas a verdade é que tal como os objetos, os nossos acontecimentos pessoais e profissionais traçam a percepção que os outros têm sobre nós. Por isso, a primeira pergunta do workshop sobre “personal branding” que decorreu no Indie Workers foi: O que diz a minha marca, sobre mim?
Se antigamente nós estudavamos + trabalhavamos + descansavamos, hoje, se substituirmos o + por um x irás perceber que teremos de estar sempre a estudar, a trabalhar e a descansar. Porque ao longo da vida, ao contrário do que aconteceu com os nossos pais “Viver para o trabalho” já não existe. Iremos ter multiplos empregos ao longo da vida. A máquina irá substituir o trabalho inútil, por isso inevitavelmente as profissões do futuro irão projetar-se mais para competências sociais do que para as competências técnicas. Já não chega escolhermos o que queremos fazer no futuro. Temos de saber o que queremos para a nossa vida. E o nosso “histórico” já diz muito do que somos.
As pessoas que se inscreveram no workshop, antes da sua tomada de decisão foram analisar a minha pegada digital. Já se perguntaram: “O que diz o Google sobre mim?” O exercício é simples, mais do que eu me caracterizar, a pergunta é: "o que é que a minha biografia, a minha profissão, a minha fotografia diz sobre mim?”; “O que é que as publicações do instagram dizem sobre mim?”; “Quais são as notícias que aparecem em primeiro lugar, quando pesquisam o meu nome no google search?”
Depois de todos se apresentarem, comecei o workshop com uma pergunta simples: “De todas as pessoas, quem é que vos chamou atenção? Porquê?”.
55% da nossa comunicação é comunicação corporal, ou seja, não verbal, 38% é o tom de voz que usamos e apenas 7% é o significado das nossas palavras. O peso da comunicação não verbal é enorme! Tal como aconteceu com os alunos do workshop, antes de recrutar, antes de fazermos um negócio, antes de conhecermos alguém vamos analisar essa pessoa digitalmente, mas apenas 20% da nossa comunicação é tangível. Que engloba a aparência física, a comunicação verbal e não verbal, a comunicação, a conduta, a pegada digital, o resumo do que somos. Nos restante 80% temos a comunicação Intangível, onde temos os nossos valores pessoais, a cultura, os sonhos, a personalidade, a educação, as competências e a ética.
O interessante é perceber que nem todos têm consciência da sua marca pessoal. Por isso, o primeiro exercício a fazer é de autoconhecimento. Nós somos definidos pelo que já fizemos. É importante termos consciência do passado e consciência do que queremos projetar para o futuro. Let’s Go Work!
O que é que te define?
Time-Line — Nós somos sou um conjunto de factos: bom, maus, felizes, tristes, ambiciosos, discretos, profissionais e pessoais. E isso, irá reflectir na tua marca pessoal. Pega numa folha A4 e faz uma linha do tempo sobre a tua vida. Identifica os acontecimentos mais relevantes, que moldaram a pessoa que és hoje. Foste mãe? Fizeste uma viagem? Fizeste voluntariado? Tens um hobby que adoras? Faz uma linha o tempo com os teus momentos de vida mais importantes, que te definem como pessoa e por consequência como marca.
Foco — Quem és tu? Onde estás agora e para onde queres ir? Estás onde gostarias de estar? O que te move? Define na tua time-line, o teu objetivo principal. Poderás ser em 2020 / 2030,.. É esse objectivo que deverá estar sempre no centro das tuas decisões pessoais e profissionais no futuro.
Step by Step — É super importante termos um objetivo, mas é igualmente importante perceberes: Como é que irás lá chegar? Depois de te reconheceres como pessoa (pessoal e profissional), pensa quais são os passos (goals) relevantes a teres em consideração para atingires o teu objetivo.
Universo — Nós somos imagem, somos palavras, somos táteis, somos cheiros, somos audíveis. Qual é o tom da tua marca? divertido, educativo, emocional? Como é que esse tom está reflectido em palavras? Escolhe 3 palavras que te definem, ou que gostarias que te definissem. Pede ajuda aos teus amigos ou familiares, vais-te surpreender! :) Qual é o teu universo em imagens? Faz um moodboard visual no Pinterest com o teu universo marca. Qual é a cor que te define? Se tu fosses um animal qual seria?
Ação — Nós somos ações. Em que meio te moves? considerando o teu objetivo principal, quais são as pessoas que te podem acrescentar valor? quais são os eventos que te irão posicionar?
Uma marca define-se por 4 grandes pilares: 1º os valores intrínsecos ao que tu és e que que te definem, 2º o porquê de fazeres o que fazes, ou seja o teu propósito (objetivo de vida), 3º a forma como te posicionas na vida e por consequência o que te diferencia dos outros e por fim 4º o tom de voz, a aparência que imprimes em tudo o que fazes.
Num mundo tão saturado, construir uma marca pessoal, exige repetição, repetição, repetição. Exige coerência e consistência. E isso só se consegue se tiveres perceção dos teus valores, das tuas paixões, da tua personalidade do teu propósito e da narrativa da tua marca, porque “branding is no longer about the stuff you make, it is about the stories you tell” Seth Godin.
A imagem acima foi desenvolvida pelo Drumond, antes de ter uma empresa de moda. As pessoas que estão ao meu lado, fizeram parte da minha história e influenciaram de alguma forma aquilo que eu sou hoje. Para quem não reconhece, eu sou a que está no meio. O que revela esta imagem sobre mim?
Joana