A criança adora trabalhar
Chegamos ao shopping e diz o Filipe:
— “Já reparaste que há ali um parque para crianças e o nosso filho está na lavandaria?”
Muitos adultos acreditam que as crianças precisam de brinquedos sofisticados para estarem entretidas. Aprendi com Maria Montessori que as crianças preferem “trabalhar” para desenvolver habilidades construtivas, agindo como pequenos cientistas a tentar compreender o mundo, muitos ficam espantados.
Entre o nascimento e os três anos da criança, já sabemos que a absorção de conhecimento e experiência é feita de forma inconsciente. No entanto, entre os três e os seis anos, a criança fá-lo de forma consciente.
As aprendizagens que foram realizadas durante os primeiros três anos de vida são agora mais coordenadas e feitas com maior pormenor e perícia neste período. A criança gosta de se ocupar e repetir esses trabalhos vezes sem conta para o seu auto-aperfeiçoamento.
Esta característica é uma tendência humana que é comum a todos nós e que a criança tem especial gosto em desenvolver.
A criança adora trabalhar com coisas concretas como cortar com uma tesoura, pôr a mesa ou ordenar lápis ou carrinhos por cor. Estimular o trabalho em coisas concretas é bom para a personalidade da criança, pois ela sente-se útil e ao mesmo tempo desenvolve algumas competências como a capacidade de decisão, a identidade e a autoconfiança.
O nosso filho adora trabalhos de casa, e lavar a roupa sempre foi a favorita. Hoje já sabe:
Vai ao cesto da roupa,
Separa a roupa por cor,
Sacode a roupa,
Identifica o programa certo,
Coloca o detergente (com supervisão),
Liga a máquina,
Desliga a máquina,
Faz o mesmo processo com a máquina de secar.
Esta tarefa foi aperfeiçoada com o tempo. Ele tem autonomia total para fazer tudo sem a ajuda de um adulto. Tanto é que é ele que ensina o pai os programas.
Este gosto fez com que aprendesse os números de forma regressiva e a identificar o tempo dos programas.
É fascinante!